







Like Angel
2015-2018
Exhibited at Museu das Artes de Sintra, July 2018
O uso da película é estritamente ligado à ideia de objeto em Like Angel – imagens que têm inerente uma fisicalidade, que pode ser tocada e alteada. Provida de rigor, racionalidade e detalhe características definidas pelo médium em que foram fotografas – película de médio formato – procura, através de um olhar analítico e sintético, depurar a imagem, respondendo a uma necessidade de comunicar a forma como vê o mundo – forma essa não centrada em si próprio ou no que vive no seu quotidiano.
Aproximando-a quase de um ponto de abstração, apropria-se de uma imagética elementar, na qual a intuição ocupa um papel fulcral. O ato fotográfico não se define à priori com algum tipo de expetativa ou limitação, mas realiza-se e acumula-se livremente, formando-se e resolvendo-se no seu final. Focando-se em lugares à margem, lugares vazios ou hostis, até mesmo na figura humana, a sua abordagem tem uma atenção sem hierarquia, na qual há uma possibilidade permanente de objeto para objeto e de espaço para espaço, que lida com o vazio inerente a estes sujeitos,.
É dado a isto um silêncio e harmonia, marcada pelas tonalidades complementares, que elevam as imagens a um campo mais etéreo, mesmo tratando um território comum — o vazio.